quarta-feira, 28 de abril de 2010

ELEIÇÕES NO SATED

Logo no início de maio, dias 4,5 e 6, teremos eleições para a diretoria do SATED no triênio 2010/2013. Depois de muitos anos temos uma chapa de oposição a atual diretoria, o que nos coloca oportunamente o debate sobre os rumos do nosso sindicato.

Já fui diretor do SATED na gestão de Sérgio Sanz (1990/1992), antes já havia participado da gestão de Otávio Augusto, sem ser diretor; e depois disso fui conselheiro fiscal da gestão da Rosa Maria Murtinho. Não quero ser saudosista, mas naquela época – século passado! – o sindicato ao menos tentava ser mais presente no cotidiano da nossa profissão, diferente do que tem ocorrido de uns anos para cá.

Nos últimos anos o único contato que tenho com o SATED é o recebimento de cartinhas terroristas nos teatros onde produzo, ameaçando mandar um representante do Ministério do Trabalho caso o espetáculo em questão não esteja devidamente autorizado pelo SATED. No mais, nada...

No entanto as questões relativas ao trabalho dos artistas e técnicos de teatro que deveriam ser representados pelo SATED são cada vez mais preocupantes e as últimas diretorias parecem não querer saber dos nossos problemas.

Toda as questões relativas as políticas públicas das artes cênicas, da ocupação dos espaços públicos, ao financiamento das produções, via editais ou leis de incentivo; o festival de autorizações especiais para participações em novelas, filmes e publicidade – nosso mercado de trabalho!; a proliferação de cursos profissionalizantes de ator; os cachês teste – quando existem, absurdamente baixos pagos no Rio pelo mercado publicitário; a ilegalidade e informalidade a que a maioria de nós estamos submetidos, entregues a alternativa de notas frias ou mesmo de cooperativas que não conseguem ser totalmente transparentes na sua relação com os cooperativados; as questões relativas a previdência específica para as nossas funções – algumas já conquistadas mas ainda pouco difundidas; a desoneração tributária que incide sobre nossa cadeia produtiva; são alguns dos temas que deveriam estar sendo discutidos com a participação direta do nosso sindicato.

Para essas eleições surge uma chapa de oposição, a CHAPA RESGATE (CHAPA 2), liderada pelo ator Marcos Weinberg. Fazem parte da diretoria colegas por quem tenho admiração e respeito como Tonico Pereira, Jandir Ferrari, Buruca, Betina Viany, Ginaldo, Guti Fraga, entre outros. As denúncias – gravíssimas – que recaem sobre a atual diretoria, iniciadas com uma carta do ator Mário Gomes, que foi destratado numa assembléia, e a distância das últimas diretorias dos seus representados, exigem mudanças. Estou com a CHAPA RESGATE (CHAPA 2), acho que o nosso SATED merece, no mínimo, uma sacudida para acordar.

As eleições do SATED também devem ser entendidas como mais uma oportunidade de exercermos nossa cidadania. As mudanças na nossa sociedade só acontecerão se nós, sociedade civil, estivermos participando das nossas entidades de classe e também das questões políticas. Esse ano teremos eleições para Presidente, Governador, Senador e Deputados federais e estaduais. A nossa participação junto as nossas entidades de classe e aos nossos representantes políticos – candidatos, parlamentares e partidos – é a única garantia de que nossas reivindicações poderão ser ouvidas.

Participar das eleições sindicais com um debate franco sobre a atuação do SATED nos últimos anos e como ele deverá atuar nos próximos deve ser a senha para uma participação maior e mais organizada dos artistas e técnicos de teatro.

VAMOS PARTICIPAR E VOTAR NAS ELEIÇÕES DO SATED!

A CHAPA RESGATE (CHAPA 2) É O CAMINHO PARA RENOVAÇÃO E UM SATED QUE SEJA DE FATO UM INSTRUMENTO DE LUTA DOS TRABALHADORES DE TEATRO, ARTISTAS E TÉCNICOS!

DUDU SANDRONI, abril de 2010.

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